quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Seis anos após o jogo da minha vida




Era esperado que o jogo fosse dia 20 /11/2010, porém o juiz(pediatra) avisou aos desinformados que não dava pra esperar e seria necessário adiantar a partida (cesária). Até hoje não entendo muito bem o que aconteceu, só sei que tinha a ver com dilatação e outras palavras que com certeza não saberei escrever. Pensando na saúde da Leila e do João, vimos que o certo seria agendar a cesária e foi o que aconteceu. O jogo foi remarcado para o dia 18/11, uma sexta feira.  ( Coincidência, né? Acho que a pediatra não tava afim de perder o fim de semana e o faustão).


O dia chegou e todos estavam na torcida,uns foram pro "campo" e outros ficaram bebendo no bar, para uns essa é a melhor forma de assistir um jogo.Fui punido pelo STJD(hospital) e tive que acompanhar o jogo do lado de fora, o advogado do Fluminense nunca deixaria isso acontecer. A bola rolou e nada de gol, a torcida estava impaciente com a decisão do STJD e queria invadir o campo. Já estávamos chegando nos 45 minutos do segundo tempo, desânimo e angustia eram meus sentimentos. Ao mesmo tempo que tentava ser forte como um Odvan, um pouco de Thiago Silva pairava sobre mim. 

Não demorou muito e gol, Galvão gritava loucamente na cabine, eu corria feito o Tite na lateral na esperar do apito final. O Juiz ergueu os braços e pude ver pela primeira vez o orelhudo, entendedores entenderão, de 51cm com seu nome escrito na pulseira. O objetivo havia sindo atingido, mas não adianta vencer um torneio e não manter a regularidade.  Durante esses 6 anos, deixei de ser técnico para virar manager e me tornei uma fusão de Jurgen Klopp(aquele pai emotivo, que joga o filho pra cima na vertical) com Arsene Wenger  (aquele pai que pensa nas finanças e no crescimento do filho).

Vi muita coisa acontecer durante esses anos, briguei algumas vezes com a sócia majoritária porém mantemos uma relação onde o mais importante é o Clube. Além da sócia majoritária, tenho uma excelente auxiliar técnica, que me ajuda na manutenção do time, aponta erros e acertos e  muitas vezes assume o cargo quando viajo. Não posso esquecer a torcida, elas abraçaram o time e acreditam no trabalho que está sendo realizado. Claro, sempre  tem alguém pra corneta, mas toda crítica é valida e aprendemos com ela. ( a única que me ofendeu foi: reserva de magrão)


Cometi várias falhas durante minha gestão e venho aprendendo , mas é muito gratificante ser abraçado pelo time no  fim do jogo. Nunca serei o melhor e estou longe de querer ser o Special One, quero estar em segundo plano e que as vitórias não sejam fruto do meu trabalho, pois trabalhos juntos e ele sim é um vencedor.

Amo muito esse filho que vi nascer e carreguei no braço, acompanhei seus primeiros passos e hoje caminha com as próprias penas. Estarei sempre presente pra você,

João, te amo

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